BLUMENAU (SC) – A pequena Maria Júlia Furtado, de 13 anos, não faz ideia do trabalho que é necessário para que o lixo que ela e a família produzem diariamente seja devidamente recolhido e armazenado. Para que a cidade fique limpa, Demilson Burghartd acorda todos os dias cedo e inicia a jornada às 6h. Ele é um dos 70 serventes coletores de Blumenau que atuam na coleta de lixo da cidade. A rotina é cansativa e o trabalho pesado. Demilson está há seis anos na Blumeterra, empresa responsável pela coleta em 17 cidades catarinenses. Pessoas como o profissional vivem uma realidade difícil: de ferimentos em virtudes de objetos cortantes mal embalados, até humilhações sofridas por quem não compreende a importância da função que prestam à sociedade. Outro aspecto negativo é a sobrecarga, uma vez que cada servente coletor pode carregar por lei até um terço de seu peso e muitos latões ultrapassam esse limite. Nestes casos, a função passa a ser desempenhada por dois trabalhadores.
Para que esses acidentes sejam evitados, o diretor da Blumeterra, Giovani Busnardo, adverte que a população precisa tomar alguns cuidados básicos na hora de embalar o lixo. “Os resíduos devem ser depositados em sacolas plásticas resistentes e colocados em cestas fixadas na calçada. Todo material cortante (vidro, lata, lâmpada) deve ser embrulhado em jornal, papelão ou caixa de leite, para que não fique exposto”, ensina.
A aposentada Irma Trentini, de 62 anos, é consciente. Antes de dispensar os resíduos ela se certifica de que nenhum objeto contido dentro das sacolas possa ferir os profissionais responsáveis pela coleta. De acordo com Giovani, todas essas dificuldades diárias contribuem para a alta rotatividade de profissionais e por isso a Blumeterra investe em melhorias como de infraestrutura (amplo refeitório), reforma de vestiário, banheiros e a criação do prêmio assiduidade – quem chega no horário e não tem faltas recebe gratificações.
O cuidado ambiental é uma das preocupações da Blumeterra, que comemorou três décadas de existência agora
Conheça a origem da palavra gari
O nome gari é uma homenagem ao francês Aleixo Gary, que no século 19 se destacou na história da limpeza da cidade do Rio de Janeiro, ao firmar com o Ministério Imperial contrato para organizar o serviço de limpeza, instituindo, assim, a profissionalização da atividade.
Blumeterra Engenharia
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Blumenau (SC)
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