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“Nossos personagens são sucesso internacional, porém ainda temos o desafio de consolidar a economia criativa”

Rubens Belli, idealizador da Belli Studio, compartilha entrevista com a produtora executiva, Aline Belli, falando sobre o audiovisual brasileiro, o sucesso de Boris e Rufus, as duas décadas de inovação e os projetos para o futuro

Precisão nas linhas, desenhos marcantes, criatividade para desenvolver o novo, ousadia para inovar e buscar temas relevantes para divertir e entreter. Há 20 anos essa é a realidade da Belli Studio, empresa reconhecida no Brasil e no mundo por desenvolver no audiovisual materiais que são referência internacional. Produtora da série Boris e Rufus, transmitida para toda América Latina, participou de projetos de destaque nacional e internacional e sucessos como Peixonauta, Meu Amigãozão, Patati Patatá, além de levar no portfólio animações de séries para a Disney, TV Cultura, Netflix, Discovery Kids, Cartoon Network, entre outros.
Com estimativa de crescimento de 25% até 2021, a Belli Studio mantém sua veia artística aguçada para movimentar o setor audiovisual brasileiro. O crescimento médio de 15% nos últimos seis anos é fruto do trabalho focado na área de séries animadas, presença internacional em eventos e de políticas públicas e fomentos na área da economia criativa. O apoio amplia a oferta de vagas de emprego no setor, que é responsável pela geração de R$ 160 bilhões em riquezas para a economia brasileira por ano, de acordo com o estudo ‘Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil’, da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Para manter a constante de crescimento no setor, a Belli Studio busca trazer sempre inovação, estar à frente das tendências e unir forças com outras produtoras. Diferentemente de outros setores, para empresas do ramo, as parcerias são a garantia de contratos firmados e projetos aprovados.
Para marcar as duas décadas de Belli Studio conversamos com o fundador e diretor, Rubens Belli e a produtora executiva, Aline Belli:
– A Belli Studio nasceu em uma época que não haviam muitos cursos profissionalizantes na área de animação e até mesmo a profissão não era muito reconhecida. Como foi esse desafio?
Rubens: De certa forma, a profissão “animador” ainda é desconhecida no Brasil. Enquanto países como Estados Unidos já somam mais de 100 anos formando profissionais, os primeiros cursos superiores no Brasil surgiram há poucos anos. Outros países perceberam que investir em entretenimento e criatividade seria a chave do “soft power” ou seja, a capacidade de uma nação em difundir e ter sua cultura valorizada e cultuada por outros povos do mundo.
– Atualmente contam com quantos profissionais dentro e fora do estúdio?
Aline: Temos uma equipe de 50 pessoas entre designers, ilustradores, coloristas, animadores, financeiro, produtores, diretores.
– Como é atuar no setor longe das grandes metrópoles? Um desafio ou um tempero para inovar?
Aline: estamos sempre antenados no que acontece no Brasil e no mundo. Participamos de eventos internacionais, ouvimos palestras, assinamos revistas. A informação chega. O fato de morarmos fora das grandes metrópoles desfavorece um pouco o networking presencial, mas as redes ajudam a amenizar essa questão. E a entrega de materiais bacanas, a construção que fizemos de portfólio, junto ao atendimento que prestamos, nos credenciaram perante produtoras e canais de TVs.
Rubens: O advento da internet causou uma revolução no mundo e na forma como as pessoas desenvolvem projetos. Com a internet, ilustradores no interior de Santa Catarina já trabalham para editoras americanas, por exemplo. Não seria diferente com animação. A nossa posição geográfica não nos impede de entregar para São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro ou Estados Unidos. O que realmente importa é a qualidade do trabalho entregue, o atendimento e o comprometimento com os prazos. Buscamos a excelência nisso.
– Boris e Rufus é sucesso na América Latina, nas TVs, no on-line e no teatro. Nós, fãs, podemos aguardar ainda mais?
Aline: Estamos trabalhando na segunda temporada que acabou de ter contrato assinado com a Disney. Estamos muito felizes com o feedback da audiência! Também estamos encaminhando material para a Asia – Boris e Rufus vai estrear no Vietnã em breve! Distribuidores trabalham para vender o conteúdo para outros territórios enquanto fortalecemos a marca no Brasil e América Latina. Para outubro deste ano já teremos produtos bacanas no mercado: brinquedos e roupas!
– Sabemos que a inquietude é ingrediente da Belli Studio. Gostaria de comentar alguns dos futuros projetos que têm movimentado tanto a Belli Studio?
Aline: Em outubro entregaremos a série “Tuca, o mestre cuca” que está em fase de contratação com uma TV latino-americana. E nasceu de uma parceria com a TV universitária de Blumenau (SC), a FURB TV. As redes sociais começaram a ser alimentadas com pílulas da produção e também estamos em captação com dois projetos lindos, incluindo interesse de mais uma TV internacional. Esse ano também estamos construindo nossa primeira co-produção com outro país.
Rubens: Além de Tuca o Mestre Cuca, estamos sempre em contato com criadores e avaliando novos projetos na área audiovisual. O Brasil tem muita criatividade e talento para o entretenimento, só precisamos nos organizar e entender quem são os compradores certos e como é possível viabilizar a produção e depois, todos os desdobramentos.
– Segundo dados divulgados pela Ancine, o público que assistiu animações nacionais aumentou de 193 mil pessoas em 2013 para 464 mil em 2017. Porém, de qual forma o setor pode ampliar e melhorar ainda mais?
Rubens: O Brasil precisa de produção constante para formar profissionais e talentos necessários para atingir o nível de produção de países como os da América do Norte, Europa e Ásia. Estamos no caminho e avançamos muito. Nossos personagens se tornaram sucessos internacionais, porém ainda temos o desafio de consolidar a cadeia da economia criativa ao redor de propriedades intelectuais, envolvendo TV, cinema, games, livros, parques, brinquedos, roupas, etc. As possibilidades são muitas, mas temos concorrentes estrangeiros gigantes e operantes há muito tempo no mercado. É importante que o poder público entenda a força e o retorno obtido por personagens totalmente nacionais, onde as receitas e reinvestimentos permaneceriam no Brasil. Seria o início de um ciclo virtuoso na indústria criativa.
– Quais os maiores desafios vencidos nestes 20 anos? E as maiores alegrias?
Aline: Articular uma venda de uma obra que ainda “não existe”, não é fácil. Vendemos uma ideia, um universo a ser construído e animado ainda (falando de um movimento inicial para série de TV). É preciso construir relacionamento e ter no portfólio materiais de qualidade que foram entregues no prazo. E isso é um enorme desafio devido a um descompasso entre liberação de verbas, empréstimos e o contrato que ainda temos no Brasil. Mas estamos fazendo acontecer!
Rubens: O maior desafio foi ter sobrevivido num mercado de gigantes. As grandes conquistas foram ter construído uma relação de confiança com clientes e parceiros internacionais, além de ter licenciado uma série de TV para a Disney América Latina. Contamos também com o reconhecimento de outras empresas que são referência em animação no mundo. Isso realmente não tem preço.
– Sabemos que o sonho Belli Studio nasceu ainda na infância do Belli, que criava animações nos cadernos da escola. Qual dica vocês dão para quem está começando e sonha com essa profissão?
Rubens: a primeira coisa é não desistir, ser resistente e resiliente no desenvolvimento do ofício. Estudar sempre e ter a humildade e a curiosidade de um iniciante, mesmo que já tenha muitos anos de prática. Saber que somos todos eternos aprendizes.
Cronologia Belli Studio no mercado de animação:
1999: Fundação
2000: Estudo do método Disney de animação, criação de oficinas em Blumenau
2001: Produção do curta Aventuras na Ilha da Magia
2002: Produção de comerciais animados como “Casan” e “Seterb”
2005: Início da série animada “As Aventuras de Betinho Carrero”
2007: Produção de animação para atração temática no Parque Beto Carrero World
2008: Produção do curta “Viagem no tempo em Blumenau”
2010: Início da participação em feiras internacionais de negócios audiovisuais
2011: Animação da série Carrapatos e Catapultas
2012: Animação de episódios da série Peixonauta
2013: Animação de episódios da série Meu Amigãozão
2014: Animação de episódios da série Terra Prometida, exibida na Netflix
2016: Contrato firmado com Disney para exibição internacional da série “Boris e Rufus”
2017: Produção da série “Boris e Rufus”
2018: Estreia da série Boris e Rufus nos canais Disney em toda América Latina
2019: Contrato de licenciamento firmado com empresa de brinquedos Estrela
Para assistir Boris e Rufus:
– Disney Channel: de segunda à sexta às 17h15min;
– Disney XD: de segunda a sexta às 13h45min;
– TV Cultura: às segundas-feiras, às 20h15min, com horário alternativo aos sábados, às 19h30min, e aos domingos, às 15h45min;
– Canal Youtube.com/BoriseRufus.
Imagens para download: https://drive.google.com/drive/folders/1h6EsQ0o5frD0kkXXuwBmTODJE8o1Erdo?usp=sharing
Informações para a imprensa – Oficina das Palavras:
Martha Kienast – [email protected] – +55 (47) 3346-3797 / 9 9994-1265.
Belli Studio
Site: www.bellistudio.com.br
Facebook: www.facebook.com/serieboriserufus
Instagram: www.instagram.com/boris_e_rufus
Youtube: www.youtube.com/boriserufus

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