TORONTO (CANADÁ) – Nem mesmo a chuva e a baixa temperatura pouco esperadas para o Verão fizeram com que o público deixasse de prestigiar a Pride Parade. Considerada um dos maiores eventos de Ontário, província em que Toronto está situada, a Pride Parede costuma reunir em média um milhão de pessoas. Nas ruas, espectadores ansiosos e animados vestidos com as cores da bandeira que expressa a diversidade LGBT. O público também se prepara e pinta o rosto, veste-se com roupas alegres e divertidas ou simplesmente aplaude quem desfila pela Rua Bloor. A concentração das atrações da parada é próximo ao reduto gay de Toronto, o The Village, no encontro da Rua Church com a Rua Bloor. A jornalista e empresária, Ana Paula Ruschel acompanhou o evento com um grupo de amigos da Escola Quest, onde estuda inglês no Canadá. Para ela, a parada lembrou o Carnaval do Brasil. “Muitos adereços, preparativos e uma multidão se encontrando para celebrar. Alguns pontos merecem uma comparação com a nossa festa”, comenta.
Ao invés de carros alegóricos, são caminhões que transportam a maior parte dos grupos que estão pela rua transformada em passarela. Esses veículos na maioria das vezes são representados por empresas e entidades locais. Falando em empresas é grande o número de patrocinadores do evento o que torna a Pride Parade algo muito organizado e com grande visibilidade de marketing.
Entre as entidades participantes estão desde ONGs como Rotary, Polícia, Paramédicos, representantes de igrejas, grupos de advogados, grupos de pais que apoiam a escolha dos filhos, até uma imensidão de pessoas que representam ou apenas simpatizam com o movimento. “Até pouco tempo Toronto era uma das únicas cidades que permitia casamento entre pessoas do mesmo sexo, e por isso, a cidade tem a fama se ser inclusiva”, comenta a empresaria da agência de turismo Hi Bonjour, Camilla Lopes.
Há um aspecto que salta aos olhos dos mais observadores: nada de consumo de álcool. O Canadá tem leis bem rígidas nesse sentido e proíbe o consumo de bebidas em locais públicos como ruas e praças. Menores de 19 anos não são autorizados a consumir nem comprar álcool. Por isso, durante a Pride Parade, nem mesmo o veículo alegórico da maior marca nacional de cerveja contém bebida. Distribuir cerveja como se vê pelo Brasil está fora de questão, absolutamente.
Se há extremos culturais, a Pride Parade se assemelha um pouco as festas brasileiras, pelo menos quando um pequeno grupo de imigrantes latino americanos ostenta bandeiras de países desse continente, entre elas a do Brasil, e traz uma espécie de passista vestido com muita pluma e brilho. No embalo dos latinos, uma pequena bateria de escola de samba de Toronto, formada por brasileiros ou amantes desse ritmo bem verde e amarelo. Diante de tantas cores, é claro, há os mais radicais com roupa de menos e atitude a mais. O desfile que percorre ruas bem centrais de Toronto marca o encerramento de um evento muito maior que dura dez dias e conta com apresentações musicais e culturais em diferentes pontos da cidade. Há até atrações internacionais. Em 2015, uma delas foi a cantora americana Cindi Lauper, sucesso na década de 80 e atualmente uma ativista da causa LGBT.
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