Uma oportunidade para viver uma nova cultura, um novo país, conhecer novas pessoas, aprender um novo idioma e obter habilidades que trazem um crescimento profissional e também pessoal. Este poderia ser um resumo simplificado e direto do intercâmbio, uma experiência que muitas pessoas sonham em poder realizar, mas que ficam com receio por conta da idade e de se arriscar em algo tão novo na vida. Entretanto, este é um segmento que continua crescendo e não é mais restrito aos adolescentes.
Mesmo com o dólar em alta, ainda é crescente a procura por intercâmbio. De acordo com a Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio (Belta), as agências de intercâmbio brasileiras registraram um aumento de 600% de janeiro a julho deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. De acordo com Thaís Tibiriçá, sócia da Hi Bonjour, empresa de intercâmbio especializada em viagens de estudo, a escolha de uma boa agência é tão importante quanto o destino. “Além de ter experiência neste processo, é essencial entender as necessidades do cliente e planejar o melhor programa de estudo, trabalho ou férias de acordo com o desejo do viajante”, explica.
Cada pessoa que busca no intercâmbio uma experiência diferenciada tem o seu próprio motivo. Os mais novos, com o intuito de melhorar o inglês ainda antes de começar a trabalhar. Os adultos, com o desejo de aperfeiçoar o currículo e dar um upgrade na carreira. Já os idosos, veem como uma oportunidade de aproveitar a vida, nesta fase em que o trabalho já ficou para trás e o momento é curtir. No caso do paulista Georgi Lucki, engenheiro em transição profissional, a viagem para Nova Iorque foi para melhorar o inglês e seguir com sua carreira no Brasil mais adiante. “Resolvi investir porque já estou com 45 anos, sem filhos, e vi que seria uma boa oportunidade. Está sendo uma experiência única, importante”, revela. Ele conta que mesmo o contato com pessoas mais jovens é motivo extra para aprender. “A gente lida com diferentes culturas, diferentes jeitos de pensar e entender a vida. É uma lição diária”, reforça.
O empresário catarinense Ricardo Ruas também fez seu primeiro intercâmbio após os 30 anos. Hoje, com 37 anos, já conheceu mais de 20 países e pretende chegar aos 40 anos com o passaporte carimbado em 40 lugares diferentes. Em três locais aproveitou para estudar inglês: Nova Iorque, Toronto e Sydney. “Na minha primeira experiência, no Canadá, na mesma classe havia um menino de 12 anos e um senhor de 65. Todos no mesmo nível intermediário de inglês. Posso garantir que não existe idade para isso se você adora conhecer o mundo, se relacionar com estrangeiros e aprimorar outro idioma”, comenta.
Já a carioca Luiza Reisen, de 18 anos, começou cedo. Resolveu unir o útil ao agradável quando escolheu a vida agitada de Nova Iorque para aperfeiçoar o seu inglês. Confessa que nunca sonhou em morar fora, mas com o apoio da família viu a oportunidade e agarrou. “Estudo inglês desde pequena e já viajei para os Estados Unidos com a família, mas esta é a primeira vez que viajo sozinha. Fico até o fim do semestre aqui e depois retorno ao Brasil para cursar a faculdade de Publicidade e Propaganda”, afirma Luiza.
As verdades sobre um intercâmbio
Independentemente da idade é muito importante escolher uma agência com credibilidade e que tenha know-how no assunto. São estes profissionais que vão dar todas as coordenadas, informações e segurança para que a viagem não se torne um pesadelo. Thaís dá algumas dicas para se decidir por uma viagem deste tipo ao Exterior:
– Não, você não precisa passar seis meses ou um ano no Exterior para fazer intercâmbio. Tem cursos a partir de uma semana;
– Você não precisa trocar de casa com alguém de fora do Brasil. Mas se quiser, pode se inscrever também para isso;
– Não há regra de idade para estudar fora do país. E se o inglês já supre as necessidades, dá para encarar cursos como gastronomia, marketing e negócios;
– A rotina de ir para uma escola reforça os laços de amizade. Você acaba ganhando amigos dos quatro cantos do planeta;
– O bom do intercâmbio é que você vai para aprimorar um idioma e ainda faz turismo. E conhece o dia a dia de uma cidade internacional vivendo nela;
– A internet é a solução para seus problemas de saudade de casa. Dá para marcar horário diário e conversar com seus familiares no Brasil e manter todos tranquilos.
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