Arquiteto dá dicas para um banheiro sustentável

SÃO PAULO (SP) – Hoje em dia o termo “ecologicamente correto” não é usado apenas para determinados grupos. Cada vez mais nos deparamos com exemplos do cotidiano que provam que ser sustentável ainda pode salvar o planeta de uma catástrofe de grandes proporções, como a falta de água. Estados como São Paulo vêm sofrendo e muito com a estiagem e a palavra de ordem é: economizar.
Além das dicas de economia na cozinha, lavanderia e até mesmo na hora de lavar o carro, as atenções devem estar voltadas ao banheiro. Para ter uma noção, ele responde por até 80% de todo o consumo de uma residência, sendo que deste número somente o vaso sanitário pode ser responsável por 25% da utilização de água. De acordo com o arquiteto, Thiago Mondini, a ideia de um banheiro sustentável já pode se tornar realidade, já que cada vez mais empresas se especializam no desenvolvimento de sistemas hidrossanitários que reduzem em até 70% o consumo de água. Confira algumas dicas práticas e econômicas para ter um banheiro ecologicamente correto:
Como seria um banheiro sustentável?
Thiago Mondini – Podemos pensar sobre sustentabilidade de várias maneiras, desde a procedência das louças, metais, revestimentos, se a forma de produção tem baixo impacto ambiental, se a matéria-prima é renovável ou é extraída de forma consciente e padronizada, até a forma de consumo de energia, água, gás, por exemplo.
Como tornar o ambiente menos dependente do consumo de água e menos emissor de poluentes?
Thiago – Podemos reduzir o consumo de água já na etapa de obras, optando por sistemas construtivos “a seco” e evitando desperdícios. Durante o uso, podemos escolher acabamentos que diminuam o consumo como um todo. Por exemplo, alguns chuveiros têm consumo muito baixo, de 6 a 15 litros por minutos, seguindo padrões europeus de economia, enquanto outros podem consumir de 45 a 60 litros por minuto. No caso de um chuveiro com alto consumo e na falta de possibilidade de troca, empresas como a catarinense Censi Sistemas Hidrossanitários, produzem peças que regulam a vazão da água diminuindo consideravelmente o consumo e por um investimento que não passa de R$ 5.
Iluminação natural ou LED?
Thiago – A iluminação natural, quando possível, sempre deve ser preferida, pois tem custo zero e ainda proporciona bem-estar visual e evita proliferação de mofos e fungos. O LED já é uma alternativa bastante viável de iluminação artificial, com custo relativamente acessível, consumo extremamente baixo (10% a menos que uma lâmpada incandescente similar) e longa vida útil. Financeiramente, é uma excelente alternativa.
No caso do vaso sanitário, qual a melhor opção?
Thiago – O principal item que reduz o impacto num vaso sanitário é o consumo de água. No Brasil, temos opções excelentes e por um preço acessível, como por exemplo, o sistema Dual Flush, também da Censi. Este tipo de mecanismo oferece duas opções de descarga, o que reduz 50% do consumo de água. O investimento varia de R$ 80 a R$ 120, dependendo do kit a ser adquirido, mais a mão de obra da instalação, que muitas vezes pode ser feito pelo próprio consumidor. Para os banheiros mais elaborados, existe uma opção que além de esteticamente mais sofisticada, é higiênica, como o caso do sistema de duplo acionamento por sensor, Hidro Smart.
Torneira, o que pode ser feito para evitar o desperdício?
Thiago – Em primeiro lugar, o uso consciente das torneiras já ajuda muito a reduzir o desperdício e o consumo de água. Para isso, é necessário modificar hábitos, aprender a evitar deixar torneiras ligadas por longos períodos enquanto se escova os dentes, por exemplo. O temporizador para uso residencial pode até ser interessante, mas considero seu uso mais prático em ambientes de uso coletivo. Em casa, o melhor seria reaprender a utilizar corretamente torneiras, vasos, chuveiros, etc.