BALNEÁRIO CAMBORIÚ (SC) – Os casos recentes de mortes no setor da construção no Litoral de Santa Catarina levantam a questão do uso de equipamentos de segurança individuais e coletivos para garantir a segurança e o bem-estar dos profissionais. Somente no início de novembro de 2010 foram registradas três mortes de operários. Trabalhadores que perderam a vida por falta de prevenção. A falta de fiscais do Ministério do Trabalho é apontada como uma das falhas, tendo em vista que dificulta a fiscalização do uso de toda a aparelhagem, que vai desde os capacetes até cintos, botas e outros itens indispensáveis.
Em vez de esperar, as grandes construtoras optam por manter internamente um profissional técnico em segurança, cuja função é atender a demanda, orientar os operários e contribuir para minimizar os riscos. É o exemplo da Mendes Sibara, que tem em seu quadro funcional a técnica em segurança Liviane Martins da Silveira. “Meu papel é fazer visitas diárias nas obras conscientizando nossos colaboradores quanto ao uso do EPI (Equipamento de Proteção Individual) e sua importância”, afirma.
Segundo ela, todos os colaboradores da Mendes Sibara recebem treinamento. Desde a chegada na empresa, quando ocorre a integração e eles são instruídos sobre a função que irão exercer, até o recebimento de uma cartilha com todo o funcionamento e regras, bem como a realização de treinamentos específicos pertinentes ao cargo. Na construtora desde 2009, Liviane tem como meta ser atuante nas obras, fazendo com que os colaboradores percebam a importância desse trabalho. “Essa instrução, na verdade, não é feita para a empresa e sim para uma melhor qualidade de trabalho com segurança”, completa.
Número de fiscais não muda após acidentes
Segundo o Ministério do Trabalho, o número de auditores que atuam na vistoria de obras na região não mudou após as mortes. Também não há indícios de que virão reforços. Somente dois profissionais atendem os 51 municípios do Vale do Itajaí e Litoral Centro-Norte. Em Santa Catarina são 32 auditores, para atender a uma demanda de 76 mil operários.
O Sinduscon de Balneário Camboriú, em parceria com o Senai, tenta priorizar a questão da segurança com orientação e cursos de formação. As aulas contribuem no crescimento profissional, mas também ajuda no desenvolvimento da percepção de que o trabalho exige um grau de atenção e equipamentos de segurança que garantem o bem-estar e a saúde do trabalhador. Em pauta, atualmente, os cursos de aperfeiçoamento de mestre de obras, pedreiro, encanador e guincheiro. Todos com vagas limitadas e valores diferenciados aos associados do Sinduscon.
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