Renomada profissional da moda aposta na diferenciação de produtos e serviços para ganhar pontos com públicos distintos
BRUSQUE (SC) – Num ambiente sofisticado, como a ocasião sugeriu, a equipe da FIP – maior Feira de Moda do Sul do Brasil – recebeu a consultora de moda Glória Kalil. Pela terceira vez no empreendimento, onde dá consultoria de marca, a profissional conversou com jornalistas num café da tarde regado a muita informação e bom astral. Nesta entrevista, Gloria Kalil fala do potencial da moda em Santa Catarina, da necessidade de modernização no mercado e do crescimento do poder de consumo das classes C e D, potenciais focos de negócio no Brasil.
Pergunta – Santa Catarina tem uma forte tradição no setor têxtil. O que vem mudando?
Glória Kalil – Aqui tem um parque industrial forte, muito tradicional, mas aos poucos Santa Catarina vem formando uma identidade de moda, hoje restrita a São Paulo e Rio de Janeiro. Por aqui agora estão se formando designers, criadores de estilo, as pessoas estão consumindo moda. Isso é bom porque incrementa a economia e criam-se nichos interessantes no mercado nacional.
Pergunta – Sua parceria com a FIP tem qual finalidade? Qual teu foco nesta vinda a Brusque?
Glória Kalil – Nesse encontro vim para fazer um complemento de outras palestras que já dei aqui, nesse nosso trabalho de consultoria. A FIP me contratou para atualizar a equipe, mostrar que é possível fazer moda independentemente do público a que se destina. No encontro com os lojistas, complemento sobre o setor masculino, falo de varejo, de marca, de vitrinismo… enfim, dou um foco mais de negócio, mais técnico, para gerar mesmo uma atualização e incrementar a FIP.
Pergunta – Essa iniciativa é pertinente ao mercado e tem a ver com o nível de exigência do consumidor?
Glória Kalil – Não só. O consumidor está realmente mais exigente, tem acesso a mais e mais informações, inclusive de moda. As classes C e D logo adquirem computadores e ficam conectadas com o mundo dentro de suas casas. As grandes redes de varejo já perceberam isso e se moldaram. Agora chegou a vez dos menores. E fora a percepção do público, tem ainda a concorrência. Cada vez mais há shoppings, lojas, indústrias nacionais e até internacionais. Ganha quem se atualiza, quem pensa em inovar constantemente.
Pergunta – Por que o varejo demorou tanto para perceber essa mudança e somente agora vem trabalhando para isso?
Gloria Kalil – O varejo demora mais a reagir porque não trabalha diretamente com o vai-e-vem do mundo da moda. Embora agora comece a perceber que precisa se modernizar para não perder seu espaço no mercado. Se não tiver bons produtos e serviços perde lugar. Vale destacar que uma loja pode ser bonita, atraente e na moda atendendo a qualquer público, inclusive os das classes C e D, grandes detentoras do poder de consumo atualmente.
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