GUARAMIRIM (SC) – O plástico é motivo de polêmica. Contamina? Provoca doenças? Ele é usado de diferentes maneiras, para diversos setores, inclusive no mercado de bebidas e alimentos. Pode sim ser utilizado com segurança, sem prejudicar a saúde. Basta seguir cuidados básicos, principalmente em relação à qualidade e a procedência do produto. O técnico em plástico da Aliança Embalagens, Ricardo Fischer Brandenburg explica como usar as embalagens plásticas sem causar dano à saúde. Ele é Bacharel em Engenharia de Plásticos e Mestre em Ciência em Engenharia de Materiais.
Muito se fala sobre os perigos do uso de embalagens plásticas que guardam alimentos e bebidas. Qual é o risco real para a saúde?
Ricardo Fischer Brandenburg – O risco é a utilização de matérias-primas com substâncias não aprovadas para contato com alimentos, o que pode ocasionar a migração de substâncias químicas presentes na embalagem plástica, para o alimento. Neste caso, a ingestão destes produtos pelo consumidor pode causar danos à saúde, em curto ou longo prazo, de acordo com a concentração do contaminante no alimento. No Brasil, a legislação de produtos aprovados para contato com alimentos é regulado pela Anvisa por meio de listas positivas. Produtos que não estejam nesta lista não devem ser utilizados para o contato com o alimento, pois ainda não devem ter sido testados completamente e desta forma não se tem uma segurança alimentar no produto.
Quais são os cuidados que os fabricantes, como a Aliança Embalagens, precisam ter para garantir segurança aos consumidores?
Ricardo – Os fabricantes de embalagens plásticas devem avaliar a origem e composição das matérias-primas, bem como os processos produtivos e instalações físicas, para que não haja contaminação do momento de produção. Havendo este controle, de origem de materiais, do processo de produção e análises de produtos acabados, a segurança da embalagem pode ser garantida aos consumidores.
Como se faz uma embalagem segura? O consumidor consegue reconhece-la?
Ricardo – Uma embalagem segura se faz por meio de controle de matérias-primas e processos, seguindo-se uma padronização adequada dos métodos de trabalho. O reconhecimento visual de uma embalagem que não esteja de acordo com a legislação nem sempre é possível, considerando que os contaminantes em sua maioria possuem tamanhos muito pequenos, sendo detectáveis apenas por meio de ensaios laboratoriais.
Vocês participam de algum treinamento ou capacitação para desenvolver as embalagens?
Ricardo – Sim, nós fazemos cursos, para que tenhamos cada vez mais clareza da parte de segurança e saúde necessárias para a fabricação de embalagens plásticas. Desta forma, podemos adotar ações preventivas e de controle de processos para que possamos garantir a qualidade e a segurança de nossos produtos.
As empresas têm consciência desses cuidados na hora de comprar as embalagens?
Ricardo – Temos verificado o aumento de interesse de nossos clientes na busca por produtos com segurança, visando garantir que sua Empresa/Marca não passe por problemas que venham de uma embalagem muitas vezes mais barata, mas que pode representar perigo.
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